
IGNIS CUP 1° SPLIT:
Quando a Riot anunciou que daria continuidade ao projeto Ignis Cup (campeonato de lol
inclusivo oficial) muitas jogadoras buscavam uma staff para disputar o campeonato.
Com isso, o coach João “Asseryo” Soares e a G.Manager Rebecca “Beck” Raline viu uma
oportunidade de somar com o cenário, inicialmente com o propósito de servir como uma
escola de lol inclusiva, já que existe um gap de habilidade competitiva estrutural, falta de
estímulo e impulso para que mulheres cis, trans e nb possam se equiparar com e-atletas de
alto nível competitivo, assim, gerando mais oportunidades e quem sabe fazer história,
construindo uma player do cenário inclusivo a uma campeã de cblol/cblol academy quem
sabe.
Durante o processo, o projeto foi para vários caminhos. Infelizmente devido aos
compromissos do coach com cblol Academy(LOS Grandes) e as responsabilidades da line
major da HE, a staff por ser uma equipe de 2, não foi possível tocar o projeto como escola
mas, por termos feito diversos mixes e testes para conhecer a comunidade pertencente a
esse cenário, vimos ali uma oportunidade de competir como time.
Decidimos começar a dar forma pra ideia de realmente ter um time, inicialmente se chamava Acerolas Project (uma piada com o nick do coach Asseryo), ao finalizarmos os testes para montar uma equipe forte, enxergamos ali uma possibilidade de sermos campeãs, tínhamos consciência que de longe o nível individual de cada jogadora era superior a maioria dos times (afinal eram 4 CH e 1 GM), isso nos deu muita confiança mas assim que descobriram nossa line up, fomos questionadas e atacadas sobre nosso gênero, praticamente retalhadas. Com isso acontecendo, a G.Manager Beck ao fazer a inscrição do time sugeriu que usassem o nome de um projeto futuro (relacionado a moda+games) que tinha em mente: COVEN!
COVEN; conventículo ou conciliábulo é o nome genérico dado a uma agregação ou reunião
de bruxas.
“Bruxa, feiticeira
Substantivo feminino
Aquela que usa suas forças sobrenaturais pra sobreviver
Mulheres que foram caladas, oprimidas, reprimidas de suas liberdades
Destituídas do poder sobre seus próprios corpos
Afastadas umas das outras
Mulheres que foram apagadas, humilhadas, esquecidas
Queimadas
Mas o fogo sempre foi nosso
Agora chegou sua vez de queimar” – Cleo
Primeira formação:
TOP– Wisdom
JG– People (swap jg, ex-suporte)
MID– Strangers
ADC – Yato
SUP– Vitz
Momentos Decisivos
O hype da equipe estava muito alto e com confiança de que íamos ganhar tudo que
jogássemos, como a equipe tinha horários muito diferentes treinávamos 2x na semana,
com apenas 1 semana de preparação iniciamos a primeira qualificatória e nem
chegamos nas semi-finais, perdemos nas quartas de final e foi um baque!
Reforçando que existe um gap de habilidade competitiva, apesar de termos jogadoras
extremamente boas individualmente, nenhuma tinha experiência competitiva. Nesse
momento nos reunimos com as jogadoras e concluímos que seria necessário treinar
mais dias na semana e se esforçar ainda mais como equipe, porque no fundo sabíamos
do nosso potencial.
Era um total de 3 qualificatórias para somar pontos e classificar para os playoffs.
Mesmo com essa nova mentalidade, na prática não estávamos conseguindo executar
as estratégias de treino em campeonato e o mais longe que fomos foi 1 semi-final, mas
nunca campeãs. A equipe da Miners “copou” todos os qualifys e era de longe nosso
adversário mais forte.
Fora esses altos e baixo da parte do campeonato a equipe permaneceu recebendo
ataques e sendo deslegitimada, com isso não só a parte competitiva estava abalada
mas o mental das jogadoras já não era mais o mesmo. Com isso tivemos incontáveis
problemas internos, as jogadoras não estavam satisfeitas com o desempenho umas das
outras e isso gerou diversos atritos entre elas. Infelizmente 1 jogadora não aguentou o
rage da comunidade e a instabilidade da equipe foi o bônus para que ela decidisse não
continuar.
Felizmente classificadas em 6° lugar de 8 vagas, ainda tínhamos que preencher a vaga
da jogadora que saiu faltando uma semana pra começar os playoffs, fizemos vários
testes mas não tínhamos muitas opções já que a rota em questão é umas das mais
escassas do inclusivo, a top laner. Por fim ao final dos testes descobrimos 2 jogadoras
(Nallari e lawl) poderiam agregar positivamente a equipe, Nallari mesmo sendo midlaner
topou o desafio de jogar TOP e a lawl por ser main JG poderia cumprir melhor a função
já que a People não estava na rota de conforto.
E assim ficou a formação da equipe para os playoffs:
TOP – Nallari
JG – lawl
MID – Strangers
ADC – Yato
SUP – Vitz e People (disputando função)
Felizmente classificadas em 6° lugar de 8 vagas, ainda tínhamos que preencher a vaga
da jogadora que saiu faltando uma semana pra começar os playoffs, fizemos vários
testes mas não tínhamos muitas opções já que a rota em questão é umas das mais
escassas do inclusivo, a top laner. Por fim ao final dos testes descobrimos 2 jogadoras
(Nallari e lawl) poderiam agregar positivamente a equipe, Nallari mesmo sendo midlaner
topou o desafio de jogar TOP e a lawl por ser main JG poderia cumprir melhor a função
já que a People não estava na rota de conforto.
Mesmo sabendo que a equipe estava fortalecida, o único tempo que treinaram juntas foi em
2 dias de teste. Nossa preparação estava resumida a “mental boom” devido ao mal
desempenho das qualificatórias e 2 dias que estávamos conhecendo as novas jogadoras.
Estaria mentindo se dissesse que aquele hype/brilho existiu, a equipe estava sim
desanimada e sem esperanças porque sabe como são playoffs né? Perdeu, tá fora
Ao sair as chaves tínhamos 2 times mais bem classificados para disputar a vaga da final
presencial, Rise Gaming e Miners.
Confesso que fomos com a mentalidade despretensiosa, com a cabeça baixa, sem muitas
esperanças pois sabíamos que ambas equipes treinavam juntas em GH (Gaming
House/Office) a meses e nós éramos uma equipe independente e remota, sem treino e com
mental abalado.
Pasmem! Ganhamos da Rise Gaming, ninguém falou ou comemorou pois sabíamos que a
próxima adversária seria a campeã das 3 qualificatórias. Mas isso COM CERTEZA foi um
gás de confiança, ali a equipe sentiu que é possível, o que no fundo era real, era possível…
Afinal tínhamos as melhores jogadoras individuais.
No dia seguinte, para enfrentar a Miners, entramos pro game de cabeça baixa, mas
confiantes. O resultado foi 3×2 num “reverse sweep” e ai caiu a ficha que estávamos
oficialmente classificadas para final presencial.
Teríamos duas semanas para encontrar horários para treinar, organizar documentos pra
viagem, uniforme, uma rede social pra entregar algum tipo de interação e foi aí que a Hard
Engage entrou. Sabendo que era uma porta de muitas que estaria se abrindo essa união foi
necessariamente assertiva, íamos precisar de alguém pra fazer alguma cobertura de mídia
e uma pessoa pras interações de network. Foi tudo MUITO corrido principalmente a questão
do uniforme, tínhamos duas semanas para resolver, conseguimos fechar com a fábrica
faltando 10 dias pra final(o prazo é de pelo menos 30 dias mas conseguimos uma prioridade
com a fábrica) sendo que íamos chegar em SP 4 dias antes. Com a rotina apertada e sem
previsão se iam conseguir entregar os uniformes a tempo, fizemos o “media day” sem eles
mas padronizando as vestimentas que se resumem em blusas pretas.
Como não tivemos tempo para treinar, nessas duas semanas conseguimos treinar somente
3 dias e colocamos as jogadoras pra fazer individual com pro players de academy e tier 3.
Usamos o dia de treino na Riot para trabalhar cada jogadora individualmente, foi a forma
que encontramos de extrair alguma evolução e preparar as jogadoras para a final presencial
transmitida ao vivo no stage da Riot.
No dia do campeonato, tínhamos que estar na Riot 12h, a final começava às 14h, eram 10h
e não tinha chegado os uniformes, 11h30 aproximadamente tivemos o feedback que os
uniformes estariam prontos para serem enviados em 15 min e a previsão do uber para
entregar era de 50 min, confesso que foi preocupante mas felizmente os uniformes
chegaram na portaria da Riot 1h antes do jogo começar!
Chegando no stage, estava lotado; COVEN vs Pain Gaming. Tínhamos uma torcida de
aproximadamente 30 amigos, alguns que até chegaram a viajar mais de 20h pra poder
comparecer e nos apoiar. Era eles contra “só” uma das maiores torcidas dos e-sports no
Brasil.
Fizemos um bom primeiro jogo mas uma das jogadoras chegou a confessar que estava
nervosa e que dava pra ter ganho e dava mesmo mas, a Pain abriu o placar com 1×0.
Para o segundo jogo, todas já estavam bem ambientalizadas e confortáveis com o barulho
da torcida, do white noise e da emoção que é estar pisando no stage. Ganhamos sem muita
dificuldade, conseguimos aplicar o nosso estilo de jogo e empatamos 1×1.
O terceiro jogo foi bem mais equilibrado, mas conseguimos seguir e viramos o jogo 2×1 pra
Coven na md5.
O jogo seguinte seria decisivo, se ganhássemos era a taça, se perdêssemos iríamos para o
5° jogo pra disputar o título. Mas a gente ganhou e levantamos a taça 3×1 pra Coven!
Vitoriosas, nenhuma bruxa foi queimada hoje!
A trajetória da Coven é de superação, redenção e vontade.
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